O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse à BBC que a guerra no Afeganistão "vale o esforço" para os americanos e para o Reino Unido. "Vale o esforço que estamos fazendo", afirmou, e acrescentou que grupos terroristas na fronteira do país com o Paquistão podem "levar a destruição" à Europa e Estados Unidos.
O número de mortes de soldados estrangeiros aumentou muito recentemente, o que levou a questionamentos no Reino Unido sobre o envolvimento de seus soldados na guerra.
Zurab Kurtsikidze/Efe |
Biden durante encontro com o presidente da Geórgia, na capital Tbilisi, nesta quinta-feira |
Em uma entrevista dada à BBC durante sua viagem à Ucrânia e Geórgia, Biden sugeriu, no entanto, que serão necessários mais sacrifícios durante o que ele chamou a "temporada de batalha". O vice americano insistiu que, "em termos de interesse nacional do Reino Unido, Estados Unidos e Europa, [a guerra] vale o esforço e o sacrifício. E mais virá."
Biden disse na entrevista que, pela primeira vez, as forças estão enfrentando diretamente o grupo fundamentalista Taleban em algumas áreas do país. "Esta, infelizmente, é a temporada de batalha [...], as árvores estão altas nas montanhas de novo, as pessoas podem se infiltrar das colinas do Paquistão e na província de Helmand, onde o Taleban tem o controle há alguns anos, e os estamos enfrentando agora."
"Este é o local de onde vieram os ataques de 11 de Setembro e todos aqueles ataques na Europa que foram organizados pela Al Qaeda, entre o Afeganistão e Paquistão", acrescentou.
Biden afirmou que grupos terroristas que se abrigam na região da fronteira entre o Afeganistão e Paquistão, combinado com o papel do país no tráfico internacional de drogas --fornecendo 90% da heroína consumida no mundo--, significa que a guerra no Afeganistão precisa ter êxito. "É um lugar no qual, se [a situação] não for resolvida, vai continuar a levar destruição à Europa e aos EUA."
O vice afirmou que o objetivo dos EUA é "erradicar o terrorismo e não deixar que ele volte", destacando a importância da erradicação de lavouras de papoulas para produção de heroína, cujo comércio financia a Al Qaeda e jihadistas radicais.
Guantánamo
Ao ser perguntado sobre o anúncio recente sobre o adiamento da divulgação do relatório a respeito do fechamento do campo de prisioneiros da baía de Guantánamo, Biden afirmou que o governo tem estado ocupado tentando determinar o que deve acontecer com cada um dos detidos mantidos no local.
"Estamos analisando os registros de cada um dos detentos... para decidir se eles devem ou não ser julgados [ou] libertados e, se este for o caso, qual país pode recebê-los de volta se não pudermos enviá-los para seus países de origem, no caso de eles estarem ameaçados de torturas ou maus tratos."
No entanto, Biden afirmou que está confiante de que o campo ainda será fechado de acordo com o cronograma estabelecido pelo presidente Barack Obama, em janeiro, e sugeriu que alguns dos detidos poderão ser mantidos em outra prisão. "Esperamos que antes de janeiro, bem antes de janeiro, teremos uma decisão sobre cada um dos indivíduos presos", afirmou.
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