Wednesday, June 24, 2009

Mais de um milhão de euros em heroína

Desde 2005 que a PJ não apanhava tanta heroína. Um empresário do ramo automóvel transportava droga suficiente para 205 mil doses. Foi apanhado em flagrante e ficou detido.

Vinte quilos e meio de heroína. O suficiente para 205 mil doses individuais. Esta foi a quantidade "anormal" deste tipo de droga apreendida pela Polícia Judiciária (PJ), no sábado, em Sacavém. Com esta apreensão, a Judiciária impediu que fosse comercializada em Portugal heroína no valor aproximado de um milhão e 25 mil euros (o valor actual da grama de heroína ronda os 50 euros).

A PJ mostrou-se ontem satisfeita com o culminar de uma operação cuja investigação teve início há seis meses. "Não só porque se tratou de uma grande apreensão, mas sobretudo porque impedimos que este produto entrasse na rota comercial e chegasse talvez a novos consumidores", explicou António Sintra, coordenador de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE).

Desde Novembro de 2005 que não era apreendida tanta heroína em Portugal. Mas mais do que isso, "esta apreensão representa cerca de 40% do volume total de heroína apreendida pela PJ nos últimos três anos", salientou, António Sintra. Segundo o coordenador, esta apreensão "anormal" de heroína não significa necessariamente que tenha aumentado o consumo desta substância que há muito caiu em desuso quando comparado com as restantes drogas, nomeadamente as sintéticas. "Existe uma série de factores que podem justificar o tráfico deste volume tão grande de heroína. Mas isso ainda está a ser estudado", disse António Sintra.

A heroína que agora foi apreendida veio de Espanha, onde um empresário do ramo automóvel a foi buscar para ser distribuída no território português. Este comerciante, de 33 anos, foi apanhado em flagrante delito, tendo ficado em prisão preventiva. O indivíduo tinha já antecedentes criminais mas não na área do narcotráfico. António Sintra, recusou-se a mencionar o tipo de crimes em que este sujeito já esteve envolvido, mas assegurou que nesta operação "não era um simples 'correio'".

"Por detrás deste indivíduo haverá seguramente uma organização transnacional e ele não será, certamente, pouco relevante no grupo. Isto, tendo em conta o grande volume de droga que transportava", justifica o coordenador da PJ, adiantando que o produto vinha dissimulado em vários compartimentos da carrinha que foi usada.

O indivíduo transportou a droga numa Renault Megane Scénic, cinzenta, com matrícula espanhola. A heroína - ao que tudo indica "com um grau de pureza muito próximo do original" - vinha tanto debaixo dos bancos rebatíveis como dos tapetes.

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