A atual legislação suíça sobre suicídios assistidos é breve e extremamente liberal, permitindo a prática se os envolvidos não tiverem motivações pessoais e não obtiverem lucro.
Mas à medida que organizações como a Dignitas e a Exit crescem, surgem novas questões.
A descoberta de dezenas de urnas contendo cinzas humanas no Lago de Zurique também chamou a atenção para o que exatamente os grupos de suicídio assistido podem fazer.
Não está claro quem colocou as urnas no lago, mas há acusações de que a Dignitas possa estar envolvida já que as urnas levavam a marca do crematório usado pela organização.
O governo suíço apresentou dois projetos propondo mudanças na lei de suicídio assistido - um que proibiria completamente a prática, e outro, com mais chances de ser aprovado, que limitaria o suicídio aos pacientes em estado terminal.
Os pacientes teriam que apresentar provas concedidas por dois médicos independentes de que suas doenças são incuráveis e de que morreriam em meses.
Eles também teriam que provar que fizeram uma decisão informada, tomada ao longo de um período de tempo.
Essas condições acabariam ou mudariam fundamentalmente as práticas da Dignitas, cujos pacientes estrangeiros tipicamente chegam à Suíça, se consultam com um médico da organização e morrem em 24 horas.
Referendo
A imprensa suíça vem alegando que Minelli ficou milionário desde que criou a organização, mas ele se recusa a comentar os aspectos financeiros da Dignitas.
“Essa é uma organização privada”, disse ele, que juntamente com outra pessoa (cuja identidade não é conhecida publicamente) é responsável pelo estatuto e pelas contas da organização.
“Apenas os membros ativos têm direito de saber dos fatos, e o público não tem direito nenhum. Nós não estamos trabalhando com dinheiro público, por isso não há razões para respondermos questões”, disse.
Minelli afirmou ainda que vai tentar levar as propostas do governo a um referendo, se necessário.
“Eu estou convencido de que temos que lutar para implementar o último direito humano em nossas sociedades”, disse.
“E o último direito humano é o direito de tomar a decisão sobre o fim de alguém, e de ter esse fim possivelmente sem risco ou dor.”
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