A curetagem, também conhecida por raspagem, é um exame complementar utilizado em ginecologia, quer para diagnóstico quer para tratamento.
O útero é um órgão essencialmente constituído por músculo, com uma cavidade interna virtual, uma vez que esta cavidade não se encontra normalmente alargada. Esta cavidade é revestida por uma estrutura muito fina, chamada endométrio. Esta estrutura sofre alterações regulares associadas ao ciclo menstrual.
Por outro lado, é nesta estrutura que se implanta o óvulo fertilizado e se desenvolve a gravidez. Esta cavidade uterina é fechada por um dos orifícios do colo do útero.
A curetagem pode ser utilizada para recolha de amostras do endométrio, ou para evacuação do conteúdo uterino duma gravidez não evolutiva, associada à alterações fetais que possa constituir uma ameaça para a mãe.
A curetagem exige a dilatação do colo do útero para ter acesso à cavidade uterina; a dilatação é feita com instrumentos próprios que se designam de velas; após a dilatação do colo do útero a colheita de material do endométrio ou a evacuação da cavidade uterina é feita com a utilização dum instrumento designado de cureta.
O ato de curetagem deve ser muito bem coordenado, sistematizado e suave no sentido de evitar qualquer complicação e de garantir que toda a cavidade uterina foi corretamente explorada. No caso da colheita de material do endométrio este exame pode ser previamente acompanhado da visualização direta da cavidade uterina através dum instrumento de óptica que se designa de histeroscópio.
A vantagem da utilização prévia deste instrumento é que nos permite identificar as zonas do endométrio que necessitam de ser recolhidas para outro tipo de exames, tratando-se assim de uma curetagem muito bem orientada.
Para que serve
Existem duas situações em que se pode recorrer à dilatação e curetagem: para a colheita de material do endométrio/endocolo ou para evacuação uterina (quer num aborto quer na acumulação de sangue ou proliferação do endométrio).
Como se realiza
Este exame pode requerer a prévia anestesia da doente. Quando se trata apenas da colheita de material do endométrio, a anestesia local pode ser suficiente; uma boa preparação do colo do útero (com medicamentos que provocam a sua dilatação) pode facilitar a dilatação e curetagem sem recurso à anestesia. Na evacuação de conteúdo uterino recomenda-se sempre anestesia geral, pois é necessário um bom relaxamento da doente para executar corretamente este tipo de tratamento.
Quem realiza
Este exame/método de tratamento é realizado pelos ginecologistas/obstetras.
Preparação especial: Pode haver necessidade de anestesia local ou geral.
Complicações
Tratando-se de ato cirúrgico e, eventualmente, com anestesia, podem existir complicações cirúrgicas e anestésicas. Existe o risco de infecção, de hemorragia ou riscos inerentes à anestesia (geral ou local). Diretamente relacionado com o ato da curetagem, existe o risco de perfuração uterina ou de uma raspagem mais vigorosa que altera as estruturas normais do endométrio e faça com que a doente deixe de menstruar.
Vantagem deste exame em face a outro tipo de exame
Como exame complementar de diagnóstico, é o exame mais abrangente e orientado que permite a colheita de material do endométrio. Podem ser feitas colheitas de material do endométrio por um método muito simples de introdução dum instrumento muito fino que se designa de PIPELLE ou ainda com um sistema de aspiração chamado de VABRA.
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